quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O projecto

O entusiasmo de desenvolver um filme neste género surgiu da possibilidade de desenvolver uma história que permitisse, quer pela sua plástica quer pelo seu argumento, jogar com conceitos e sentimentos contraditórios e intrinsecamente relativos como tranquilidade/inquietude, serenidade/tensão, belo/feio, etc.

Em termos narrativos, a história é apresentada por um personagem em Off, que se identifica no fim, como interveniente directo no desenrolar e desenlace da história.

Em termos de realização, a história é contada com um único plano de sequência uma vez que se pretende dar a ideia que o narrador é o próprio Vento... invisível, testemunho, alietório, omnipresente...

Estes são os primeiros esboços que o Vento viu.





















terça-feira, fevereiro 06, 2007



Olá,

Bem vindos ao blog da curta-metragem de animação “Conto do Vento”.

Este é um projecto que embora já exista como idéia há dois anos, só neste último é que arregaçámos as mangas e avançámos para a sua produção numa parceria da KotoStudios e do Cine Clube de Avanca.

Mais do que um local onde se poderá acompanhar a evolução deste projecto é um sitio de partilha de experiências, idéias e sugestões. Espero que seja tão interessante acompanhar a evolução do filme como está a ser a sua produção.

O filme conta uma história de embalar com meninos e meninas, velhos e velhas, fogueiras e monstros, mortes e gritos. Estes, dirão vocês, não são os condimentos de uma história de embalar, mas esta também não pretende embalar.

Bons sonhos.

Nelson Martins



A idéia

A idéia de conceber uma história de terror nunca fez parte dos meus mais sinistros ou alterados estados de espírito. Realizar uma dessas histórias então, muito menos...pelo menos até ao dia em que alguém me convidou a pensar despreconceituadamente sobre este género e me apresentou um conjunto de pérolas de terror, escolhidas entre clássicos desde os anos 40 até hoje.

Isso aconteceu no workshop que eu tive o privilégio de participar no Festival Avanca 2005 promovido pelo Cine Clube de Avanca, ministrado por um realizador americano chamado Jeff Burr (“Leatherface: Texas Chainsaw Massacre III”, “Puppet Master 5: the Final Chapter”, “Night of Scarecrow”, “The Werewolf Reborn!”, “Frankenstein & the Werewolf Reborn!”, entre outros) workshop esse denominado “Ficcionar o Horror”.

O curioso desse workshop foi que no início, quando o Jeff perguntou o porquê de o terem escolhido, a grande maioria dos elementos que participou respondeu: “os outros workshops já estavam preenchidos”, deixando-o perplexo e sem grande vontade de perguntar mais nada. No entanto, com o decorrer do workshop conseguiu muito naturalmente “abrir-nos a cabeça” para este género e no fim, todos o passaram a apreciar de forma diferente.

Uma vez “apresentados” a Roger Corman, Dario Argento, John Carpenter, William Friedkin, Tod Browning e muitos outros mestres, fizémos vários exercícios que tinham como objectivo integrar elementos cinematográficos de terror. E foi o máximo!

Sem me aperceber, fiquei viciado com a idéia de imaginar histórias que tivessem como objectivo, mexer com as emoções de forma directa e crua, pelo simples gozo de o fazer, recorrendo aos elementos mais básicos do terror, como a tensão, o ritmo, a perspectiva, o susto!...

Estranhamente, a história do filme surgiu rápida e inesperada de algum recanto menos arejado da minha cabeça, mas só depois de falar com o Cláudio Jordão (“Super-Caricas” e “Esperânsia”) é que se pôs a hipótese de a concretizar como curta de animação, até porque desta forma, a imaginação podia voar livremente.

E meus amigos, o que ela tem voado.

Nelson Martins